sábado, 14 de agosto de 2010

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO E CONTROLO DO TREINO

O processo de controlo, avaliação e aconselhamento do treino, ao qual geralmente é atribuida a designação simplista de controlo do treino, tem vindo a ser considerado como um aspecto fundamental na planificação de qualquer desporto, constituindo desde há alguns anos, uma tarefa primordial do processo de treino em puro desportiva.

O que é o controle de treinamento e pra que serve?


O controle de treinamento foi definido como sendo o complexo de tarefas inerentes à avaliação do estado de desenvolvimento dos pressupostos de rendimento desportivo e, portanto, também do resultado e adequação dos exercícios e programas de treino. Controle de treinamento consiste na arte de observar, medir e aconselhar o atleta para que obtenha maior eficácia.
Assim, o objectivo primordial dos especialistas em avaliação desportiva é criar, para cada individuo qualquer que seja a sua idade e nível de prática, meios de avaliar as suas capacidades motoras, de forma a melhor as conhecer e melhor gerir o seu "capital motor".  É mais especifico, dividindo o controle de treinamento em duas actividades inseparáveis: o controlo das cargas de treino e o controlo da evolução, salientando que nenhum deles tem significado sem o outro.

Um observador atento e integrado no âmbito do processo de treino em puro desporto pode facilmente constatar que, principalmente nas duas últimas decadas, os resultados desportivos têm vindo a evoluir devido, especialmente, ao aumento de número de horas diárias e de unidades de treino semanais destinadas à preparação desportiva. Desta forma, a evolução dos resultados desportivos nos últimos anos decorreu, sobretudo, de um apreciável aumento do volume de treino, especialmente nas modalidades cíclicas e fechadas. Esta tendência parece ter prevalecido até aos nossos dias, uma vez que, apesar dos esforços, os treinadores parecem continuar a preferir realizar o aumento das cargas de treino utilizando, sobretudo, o volume em detrimento do uso da intensidade. No entanto, a perseguição de maiores volumes de treino dá azo, frequentemente, a um excessivo efeito cumulativo das cargas decorrente de uma recuperação insuficiente, o que por sua vez se repercute no desrespeito de um dos principios fundamentais do treino: o principio da alternância entre a carga e a recuperação. O desrespeito desta lei do treino desportivo poderá revestir contornos de grande gravidade que poderão ir desde estados de sobretreino até ao abandono da
modalidade. Por outro lado, a perseguição do volume num quadro de uma recuperação constrangida, tem de ser realizada em detrimento da intensidade, obrigando muitas vezes os nadadores a realizarem treinos de longa duração a velocidades marcadamente inferiores às utilizadas em competição. Sabendo-se que a maioria das provas de natação tem uma duração inferior a 2 min e requerem esforços marcadamente anaeróbios.
Neste contexto, a única solução possível para o problema parece ser o aumento da eficiência do treino. Para tal, urge dispor de mecanismos concretos e objectivos que traduzam o estado de preparação desportiva do atleta; por conseguinte, vários testes foram criados com o intuito de fornecer informações concretas acerca do estado de forma de nadadores e consequente aconselhamento do treino.
Em resumo, podemos referir que a avaliação e o controlo do treino constitui, hoje em dia, uma tarefa fundamental do processo de treino, possibilitando a treinadores e equipas técnicas:
(i) detectar sujeitos com um potencial acrescido;
(ii) orientar os jovens para as actividades que se melhor adequam às suas capacidades;
(iii) conhecer o estado actual de treino e desenvolvimento do atleta;
(iv) avaliar os efeitos do treino;
(v) conhecer as vantagens e as dificuldades do atleta em relação à referida modalidade;
(vi) recolher informações sobre o estado de saúde do atleta;
(vii) objectivar, confirmando ou não, as impressões subjectivas resultantes da observação contínua do atleta;
(viii) verificar a adequação do planeamento do treino;
(ix) verificar, pontualmente, o melhor ou pior desenvolvimento de uma capacidade particular;
(x) seguir longitudinalmente os progressos ligados ao processo de treino;
(xi) detectar eventuais falhas e insuficiencias no processo de treino e validar novos procedimentos;
(xii) realizar o perfil das principais capacidades do nadador;
(xiii) prognosticar o desempenho desportivo futuro.

Por outro lado, a avaliação e o controlo do treino podem contribuir para:
(i) melhor comprender o seu corpo e os requesitos da modalidade;
(ii) aumentar os seus níveis motivacionais, nomeadamente por sentir que outros agentes estão empenhados em contribuir para a sua evolução;
(iii) definir a sua participação activa e contextualizada no processo de treino, compreendendo a "razão das coisas".

Fatores determinantes na performance

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